Largada no domingo, pela frente 175 km e 6h46 de prova, pqp. Largamos fazendo uma trilha com pedras que fizemos no dia anterior, saía de uma trilha e entrava em outra, atrasados, cano cheio o tempo todo. Muuuuita trilha e pesada, começou a dar cãibra nas pernas. Passamos em alguns atoleiros que também havíamos passado no dia anterior, então você imagina como eles estavam depois de ter passado 350 motos no sábado e 300 no domingo, a categoria duplas foi a última a largar. O Reginaldo fez uma escolha errada e atolou a traseira da moto até o talo. Ninguém coloca a mão na moto do outro, tinha uma moto de lado dentro do atoleiro, passei bem e fui ajudar a tirar a moto do Reginaldo, tiramos a moto e ela tirou minhas forças, kkkk. Mas não dava pra ficar parado, vamos embora. O Reginaldo também já estava com cãibra mas aceleramos. Passamos um riozinho, entramos num bambuzal e ali estava uma baita laje de pedra pra subir, um monte agarrado. Nesse ponto estava o Dectra e o Carioca ajudando alguns. Eu e meu parceiro subimos bonito, o Carioca nem nos viu passar. Aquela laje de pedra era o início de uma subida de uns 2 km, pedra e areia branca. Chegamos numa subida forte de areia, a moto quase pára, pensei comigo, aqui é o cemitério das Tornados que o Zé Tiro falou. Muito bom você ir vencendo aqueles obstáculos. Dali pra frente só pedreira, só trilha pesada, não tinha uma estradinha, pedra e areia. Como estávamos atrasado não tivemos nenhum neutrinho, o Reginaldo parou com cãibra nas pernas e disse: “vamos parar no neutro?” e eu respondi: vamos ver como vamos estar lá. Seguimos, teve um laço e passamos novamente numa decida de pedra de arrebentar o braço. Cheguei no neutro disposto a abandonar, afinal o Reginaldo já havia feito a proposta, um monte de moto encarretada e a dupla Adaldo/Zé Tiro estavam parando devido a dores na coluna do Zé. Comemos, bebemos, neutro mil, Tarciso, Milton, Carioca, Leitão e Dectra foram foda, mas isso eu conto em outro post, o Reginaldo se animou de novo, pqp, a galera começou a botar pilha e voltamos pra prova. Faltavam ainda 98 km, imagina? Cabo enrolado num estradão, algumas trilhinhas leves e erramos a planilha e fizemos novamente uma trilha do dia anterior, um decidão que não acabava, tinha um outro competidor com a gente que disse que dali poderíamos chegar no neutro do Bar do Zé. Fomos embora e o cara ficou pra trás nessa decida, muita pedra. Chegamos a pegar o asfalto e entramos na estrada de terra que vai pro bar do Zé, só passava carro com as motos em cima, muita gente abandonando. Chegamos no neutro decididos terminar a prova, colocamos 1 litro de gasolina em cada moto, bebemos uma coca-cola e acelera. Um outro estradão, fomos passando por competidores mais cansados do que a gente e minha moto começou a sambar, pneu furado. Tinha um cara carrapateando a gente, o cara viu acelerou e foi falar com o Reginaldo, só vi o Reginaldo fazendo sinal de não. Pensei! O Reginaldo quer mais é que se foda se meu pneu furou, kkkk, mas ele não havia entendido. Abandonamos a prova ali, mas ainda andamos pelo menos uns 30 km de estrada até chegar a Juiz de Fora. Em quilometragem praticamente terminamos a prova. Ficamos em 14º no primeiro dia, 21º no segundo e 19º no geral, tinham 34 duplas e muita gente graduada. Eu, e o Reginaldo também, me senti realizado de participar de uma prova daquelas, dura, bonita, organizada, me fez lembrar quando em 1982, eu tinha 7 anos, vi passar o Independência em Valença, minha cidade, e eu pensava um dia vou fazer isso. Uma medalha bonita no peito e muitas lembranças.
Lição: Qualquer trilheiro pode participar de uma prova dessa, mas é bom se preparar, coisa que eu e meu parceiro não fizemos, até o 23º Ibitipoca Off Road.
Marcelo Zacarias Magalhães. #323A no meu primeiro IOR.
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