Feriado, quinta feira, um passeio
off-road pro Funil em Rio Preto com os amigos, tudo de bom. Café da manhã na
padaria no Voldac reúne a galera e vamos embora. Em sua ranger Tarciso, Dulce,
Tatá (e a Bela, a cachorra da família), Marcelo e Carla. Carioca e Leitão no
Troller. Fabinho, Mara, Cristina e Ana Maria de L200. E em sua TR4, Dico,
Cristina e a filhota Marina.
Estrada do peixe, Amparo, Santa
Isabel. A primeira parada em Santa Rita de Jacutinga, algumas compras: queijo,
salame, uma cachacinha e toca pra Rio Preto pela margem mineira do rio. Estradinha
show com direito a parada na Fazenda Santa Clara para foto.
Mais uma breve
parada e sobe pro Funil. Lá, um almoço nota 1000 na pousada Mirante de Santo
Antônio, mixirica no pé e uma boa conversa no sítio da mãe do Tarciso. O ótimo
dia passou e chegou a hora de ir embora. Por onde? Várias opções de estrada, o
Tarciso sugeriu uma estrada nova entre Taboão e Itabóca, bora então. Em Taboão
começou a baixar um sereno, a turma parou e perguntou para um matuto como
estava a estrada e ele disse que de 4x4 era tranqüilo, dava pra “droba” mole a
serra. Início subindo numa estrada bonita com paisagem característica daquela
região, areia branca e pedra. Era por volta das 17h00, estávamos no alto da
serra e a neblina era forte, a estrada começou a ficar escorregadia.
A chuva
apertou e agora era descida, anoiteceu rapidamente. Cada vez mais a descida
ficava escorregadia e a chuva não parava. Nessa altura, Marcelo já estava indo
na frente pra ver se dava pra passar. Um carro de cada vez e com Leitão e
Marcelo escorando pra não escorregar em direção as pirambeiras. As coisas foram
piorando um pouco com cotovelos e descidas mais íngremes e chuva sem parar. O
clima ficou bem tenso, no ar uma sensação de que podia dar algo de errado, mas
ninguém falava nisso. Carro a carro, metro a metro, cada vez que um carro
descia, subir a pé já estava difícil, lama pura e escorregando. O painel do
carro marcava 5 graus do lado de fora.
As meninas começaram a descer a pé no
escuro e no barro. Quanto menos gente dentro dos carros melhor, mas leve é mais
fácil controlar. Conforme os carros iam descendo, o caminho ficava mais liso
para o próximo. Num trecho, o Troller do Carioca escorregou e só parou numa
árvore, susto, mas tem que tirar ele dali. Bloqueia o 4x4, ré e pisa fundo, o
carro anda uns 50 cm para trás e Tarciso, Leitão e Marcelo conseguem empurrar a
frente para sair do tronco da árvore. Quem nunca pegou uma estrada de chão
escorregadia, ou mesmo aquaplanou, talvez não saiba como é a péssima sensação
de perder o controle do carro. E assim foi um carro de cada vez, nos cotovelos
complicava mais um pouco, sempre com os carros escorregando pro lado da
pirambeira, afinal a estrada é feita com uma angulação pra água escorrer. Muita
força pra empurrar os carros e não deixar a traseira atravessar e a frente ir
pra borda da estrada. A TR4, carro mais leve, era empurrada com mais facilidade
na lama prum lado ou pro outro, mas as caminhonetes e o Troller deram trabalho.
Muitos tombos na lama, muita força, mas devagar foram descendo. Após uma curva
e 4 horas lá estava Itabóca, o final estava próximo. Mais um cotovelo
“sinistro” e pela frente um descidão reto de uns 200 metros. Tarciso que estava
na frente desceu de lado com sua ranger, devagar, Leitão e Marcelo escorando a
traseira do carro. Os últimos 15 metros eram ainda pior, liso, jogando o carro
pra um buraco, mas a ranger chegou ao final, uma vitória e as meninas já
estavam todas lá embaixo. Ainda faltavam 3 carros. Marcelo e Leitão que estavam
subindo e descendo o tempo todo e fazendo força nos carros já estavam cansados,
molhados e de barro até na orelha. Mas, como Deus está sempre no controle,
mandou 12 anjos para ajudar, até o dono do bar de Itabóca fechou seu comércio e
foi ao nosso encontro. Mesmo com toda essa galera, às vezes os carros embalavam
e desciam sem controle para desespero do Fabinho, Dico e Carioca que estavam ao
volante. Os caras só falavam: “o que vocês vieram fazer aqui, são doidos?” Pra
subir a pé tava ruim, mas com essa ajuda e bem devagar e após 4h30 pra descer
uns 2km lá estavam os 4 carros e todos bem. Uma sensação de alívio e muito a
agradecer a galera de Itabóca. Teve choro, dor de barriga, teve um pouco de
desespero, mas é porque a coisa foi feia mesmo. O trilheiro de moto costuma
falar que carregou a moto nas costas numa situação dessas, pois bem dessa vez
carregaram carros, e grandes, e pesados. Foram 16 horas de “passeio”, saída às
8h00 e chegada em VR lá pelas 0h00. Não era pra ser essa emoção, mas estavam
despreparados para pegar uma estrada nova, desconhecida e ainda choveu (o maior
complicador).
Uma caixa de cerveja pros anjos
de Itabóca e uma última foto com os aventureiros sujos de lama na estação de
Santa Rita de Jacutinga, e até a próxima, que já foi domingo na Trilha do
Agasalho, mas dessa vez bemmmm mais light.
Ps: 1 - Não tem muita foto devido ao clima tenso que pairou.
2 - Ainda essa semana fotos da trilha do agasalho.
"droba" tensa !!
ResponderExcluirbacana o relato
Iram, piloto do Hulk